Constipação intestinal crônica em Pediatria (2000)

Autores: Mauro Batista de Morais e Helga Verena L. Maffei

Resumo: Objetivo: Revisar os conhecimentos atuais sobre impacto, fisiopatologia, apresentação clínica e tratamento da constipação crônica em Pediatria. Métodos: Foram utilizados revisão bibliográfica eletrônica na base de dados do Medline-Bireme, artigos recentes de revisão e publicações prévias dos autores. Resultados: A constipação crônica na infância apresenta elevada prevalência. A fisiopatologia envolve a interação de múltiplos fatores: dieta pobre em fibras, desmame precoce, episódios de evacuação dolorosa, comportamento de retenção fecal, distúrbio da motilidade intestinal e predisposição genética. A apresentação clínica é muito variável. Muitos casos têm início no primeiro ano de vida; no entanto, a procura por assistência médica específica, com freqüência, ocorre após muito tempo. Parcela dos casos são reconhecidos a partir das complicações. As principais complicações são escape fecal, dor abdominal, anorexia e alterações urinárias. O tratamento deve ser individualizado e envolve os procedimentos: orientação geral, esvaziamento do fecaloma, tratamento de manutenção e recondicionamento esfincteriano. Apesar da maioria das vezes a constipação crônica ser de origem funcional, é necessária muita atenção para as entidades que constituem seu diagnóstico diferencial. Avaliação especializada e exames subsidiários devem ser indicados de acordo com as características clínicas individuais e quando a evolução clínica não é satisfatória. Comentários: Ao que tudo indica, o controle da constipação, a longo prazo e na idade adulta, depende da incorporação de hábitos alimentares que proporcionem quantidade adequada de fibra alimentar que pode ser importante, inclusive, para melhorar as condições gerais de saúde e ajudar a prevenir a ocorrência futura de outras doenças.