Depressão perinatal: balanço entre uso de antidepressivos e riscos no concepto (2007)

Autor: Lenita Wannmacher

O balanço entre os efeitos nocivos da depressão perinatal ou do tratamento com antidepressivos, especialmente inibidores seletivos da serotonina (ISRS), sobre o feto e o recém-nascido é difícil de determinar com base nos estudos contemporâneos. A depressão não-tratada compromete a ligação mãe-filho, o desenvolvimento cognitivo e emocional do recém-nascido, a amamentação e outros cuidados exigidos pela criança. Os resultados sobre riscos são controversos, relativamente a malformações congênitas maiores e a outras complicações ao nascimento. Não se observou efeito de classe entre ISRS, mas a análise individual desses medicamentos também é conflitante. De todos eles, a paroxetina, dada em doses altas no primeiro trimestre da gestação, é a que mais consistentemente associa-se a malformações cardíacas. Apesar disso, os autores recomendam a prescrição de antidepressivos quando a gravidade da doença é maior ou há história prévia de depressão. O uso desses medicamentos durante a amamentação não se associou a efeitos nocivos no lactente.